É tão bom vê-los sorrindo e nos fazendo sorrir. É estupendo as milhares de cambalhotas e os truques de mágica que já sabemos de cor e não nos cansamos de ver. Quando a banda começa a tocar e surgem os tropeços, um atrás do outro, as trombadas, as pequenas brigas [...] nossa atenção se rende a todo aquele encanto. As maçãs-do-amor, saquinhos de pipoca quentinhos, malabares e pernas-de-pau. Tanta cor. É como se o preto e o cinza, por um instante, desaparecessem.
Nunca vi ninguém perguntando ao palhaço como está a vida de montar e desmontar a lona.
Nunca paramos para perguntar se seu coração está ali com ele ou com uma moça de um sorriso encantador que ficou em outra cidade rezando pro circo voltar.
Ainda sim, todos os dias, ele veste a mesma roupa, faz a mesma maquiagem, coloca a mesma peruca. São as mesmas falas, os mesmos truques, os mesmos personagens, os mesmos tropeços [...]
Mas são sempre novos sorrisos. Nenhum igual ao da moça de chita.
É um dom provocar a alegria nas pessoas.
Admiro palhaços.
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