11 fevereiro, 2017

A bailarina e o Equilibrista

   Havia um equilibrista, lá no alto, a perder de vista, por quem se apaixonou uma linda bailarina. Que sina, menina! Mal sabia que o equilibrista só teria se, com presteza, subisse tão alta escadaria!
E corajosa foi! Escalando a distância entre as nuvens e a terra. Chegado o topo, vê o amado pronto a receber-lhe em festa. Mas em seu interior, que guerra! De tal altura não cairia aquela que só dançar sabia?
   Ouve, então, a voz que lhe encoraja "Vem, pequena minha, vem minha avezinha. Feche os olhos e voarás!" Sua meta já avistava e a distância do chão lhe assegurava que seu príncipe não fugiria. Mas atravessar linha tão fina conseguiria? Então a voz lhe garantia "Confie em mim e chegarás."
   De olhos fechados e um medo danado ela decide dar o primeiro passo. E no segundo, que surpresa, ao sentir tão forte abraço. O equilibrista, adiantado, em coisa que lhe era fácil, lançou-se a buscar a amada. Em ver-lhe tal coragem, resistir não poderia, veio segurar-lhe na travessia.
   Ah, que lindo encontro entre a bailarina e o equilibrista que, lá do alto, a perder de vista, viviam de sonhos em cápsulas de estrela e nuvens no tear. O equilibrista feliz por encontrar alguém que por ele se decidiu arriscar. A bailarina em festa! Olhos no céu e só a ponta dos pés na terra. 
   Que essa história é verdadeira, meu pequeno coração atesta.

Ao Menino

     Ao cair da noite, ouço o teu choro a chamar por mim, pra pôr fim à minha dor. Enfim o amor chegou.
     Ao me aproximar, seu lar: tão pequeno, tão sereno, em paz... dor jamais...
Me apresso, espero, não sei se devo ir. Me embaraço, me desfaço num teu sorriso só. Em paz... voltar jamais. Me encontrei aqui. Encontrei em ti descanso, num só teu olhar tão manso. E ao dormir tudo adormece, tudo se esquece de existir. Você chegou aqui.